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Escritor, psicólogo, jornalista e professor da Universidade Federal Fluminense. Doutor em Literatura pela PUC-Rio, Pós-Doutor em Semiologia pela Université de Paris/Sorbonne III e ignorante por conta própria. Autor de doze livros, entre eles três romances, todos publicados pela ed. Record. Site: www.felipepena.com

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Comentário sobre a reedição do escritor Rodrigo de Souza Leão

Todos os cachorros são azuis


O jornalista, músico, artista plástico e escritor Rodrigo de Souza Leão morreu no ano passado, aos quarenta e três anos, em uma clínica psiquiátrica. Conviveu com a esquizofrenia durante os últimos vinte anos de vida, mas a doença não foi obstáculo para sua vasta produção. Tampouco foi incentivo, como acreditam alguns críticos. A obra de Rodrigo transcende sua condição psíquica e é muito mais do que um diário ou um libelo contra o transtorno mental.

Nas páginas de Todos os cachorros são azuis, finalista do prêmio Portugal Telecom de 2009, há uma prosa livre de rótulos. Repetindo: não se trata de um romance de hospício, muito menos de um autorretrato da loucura. Qualquer conceituação é insuficiente para definir esta narrativa, cujas referências eruditas e o humor rasgado não têm paralelo em nossa literatura. Rodrigo não é apenas original, é único.

A primeira edição, publicada em 2008, – cinco anos após o recebimento dos originais – teve apenas mil e quinhentos exemplares. Esta nova tiragem vem em boa hora, junto com a publicação do romance póstumo Me roubaram uns dias contados, cuja organização coube ao poeta Ramon Mello. Imperdível.

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